Entrevista com Frei Betto (Parte V)


Mariana Paiva: O senhor nunca se refere à necessidade de religião, mas de espiritualidade. Como o senhor pensa a questão da tolerância religiosa, uma vez que assistimos a tantas manifestações de intolerância no Brasil e no mundo?

            Frei Beto: Deus não tem religião. Não tem sentido ficar brigando e afirmando que minha religião é melhor que a sua, que a sua é do demônio. Isso não é coisa de Deus, é de arrogância humana. Temos que respeitar as formas diferentes de fé, inclusive quem não tem fé. As religiões que aparecem devem ser todas bem-vindas, desde que suscitem as pessoas a fazerem o bem, a amar, a sair de si, essas são as questões mais importantes. Nosso dever é amar as pessoas, não por professarem a mesma fé que tenho ou desejo ter. Esse desprendimento é nítido em Jesus, que, contrariando os apóstolos, fez curas na mulher cananeia, que não professava a mesma fé que ele. A mesma coisa ele fez quando curou o servo do centurião romano. Jesus tinha uma abertura de coração enorme que a gente ainda não aprendeu.   
            Leia o texto completo na edição número 194, da Revista Muito, dia 18 de dezembro de 2011, sessão Abre Aspas, página 8.

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