Entrevista com Frei Betto (Parte VI)

 Há dois anos, o senhor relançou “Um Homem Chamado Jesus”, no qual apresenta ao leitor um Jesus mais humanizado. É uma tentativa de aproximar as pessoas deste homem?
         
            “É. Ele foi escrito porque muitas pessoas me diziam que tinham dificuldade de entender o texto dos evangelhos e não tinham tempo nem cabeça de fazer um curso bíblico. O livro [serve] para ajudar a compreender melhor o contexto dos evangelhos, por exemplo: muita gente passa a vida inteira conhecendo a palavra fariseus e não sabe o que eles foram de verdade. Ou não entendem bem porque Pilatos subiu a Jerusalém, que era simplesmente porque o governador morava no litoral. Então escrevi em forma de romance, e o leitor pode conhecer a história sem precisar ir direto aos referenciais teóricos. Levei seis anos para fazer isso, porque fui até Israel e à Palestina, pesquisei toda a bibliografia sobre a região no século I, coloquei em ordem cronológica e complementei com imaginação e lógica os detalhes que os evangelhos não fornecem. Por exemplo, nas Bodas de Caná, as fontes consultadas afirmam que houve dança, mas nenhuma especifica se Jesus dançou ou não. Ora, sendo ele um jovem solteiro por volta dos 29 anos, não havia razão para que ele não dançasse. Foi esse o trabalho que fiz em “Um Homem Chamado Jesus”.   
           
Na próxima semana postaremos a última parte da entrevista com Frei Betto concedida para a repórter Mariana Paiva (mariana.paiva@grupoatarde.com.br).
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