Pensando a educação – Parte 2


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Nesta etapa da série, Eric Debarbieux, especialista em educação, fala com a repórter Lúcia Müzell sobre violência na escola. Debarbieux é autor dos livros “Violência na escola: um desafio mundial” e “Os dez Mandamentos Contra a Violência na Escola”. Ele também já ocupou a direção da Pesquisa e Avaliação da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). (Texto extraído da revista Nova Escola, edição nº 248, dezembro de 2011).
- Qual sua visão sobre o quadro da violência escolar no Brasil?
           “A pesquisa da Unesco que fizemos aí foi muito interessante. Ela mostrou que há violência e problemas. Entretanto, se compararmos esses resultados com os de outros países, eles foram bastante favoráveis. Nós pesquisamos alunos de 10 a 16 anos em escolas públicas de todo o país. A forma como eles veem os professores é muito positiva. Não romantizo de forma alguma essa situação. Mas é preciso reconhecer que os professores são muito mais próximos dos alunos do que em outros locais onde talvez eles sejam mais bem formados, mas não conseguem estabelecer essa relação. Em zonas onde a violência faz parte do cotidiano, com na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, as escolas se mantinham, dentro do possível, protegidas. Há fatores paternalistas, como fato de o filho do principal traficante estudar ali. Mas, em geral, no Brasil, a escola é um capital social. Ela faz parte da comunidade e, por isso, consegue se proteger parcialmente do que há de ruim nela. Em São Paulo, por exemplo, há escolas com grades e policiais na entrada, mas elas permanecem de portas abertas para a comunidade participar de atividades.”

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