Professor de sociologia discute religião, secularização e modernidade – Parte 2

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            Continuamos a apresentar trechos de uma entrevista com o sociólogo da religião, o espanhol José Casanova. A entrevista foi concedida para o repórter Rodrigo Cardoso e está publicada na edição de número 2.210 da revista Isto É, do dia 21 de março de 2012.
            O sr. considera que as religiões ainda intervêm na esfera pública? O que elas ainda têm a dizer para as sociedades?
            O Estado europeu moderno nasceu em meio às guerras religiosas. A primeira medida foi tornar o Estado religioso e forçar todos a ter uma única crença para evitar a guerra civil. Aqueles que não queriam seguir a religião nacional deviam partir. Quando chegou a democracia, a religião saiu de cena do âmbito estatal, acompanhada da ideia da necessidade de a fé ser privada, para que a sociedade não se polarizasse. Nos Estados Unidos, há um outro tipo de privatização da religião, pois o Estado não reconhece oficialmente uma única crença e dá liberdade para que os cidadãos formem a denominação que quiserem. A religião é a mais política das instituições americanas, é o centro da vida política naquele país. Todos os movimentos sociais envolvendo a escravidão, o feminismo ou o aborto foram encabeçados pela religião.” 
           

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