Apocalipse: alegoria e realidade se misturam
“Não
preciso ler e nem assistir jornal porque tudo está no Apocalipse”, declara a
doméstica Mariana de Souza (nome fictício). Além de Mariana, outras pessoas
fazem várias interpretações sobre o livro Apocalipse e, na maioria dos casos, as ideias estão acompanhadas de polêmica. Enquanto uns contabilizam
apenas 144 mil salvos por Cristo, outros se dedicam a decifrar o nome
e número da besta. Existem, ainda, correntes doutrinárias que defendem o
Amilenismo, Milenismo e o Pós-milenismo. O cinema também tem obras sobre o tema,
como “Armagedom” e “O Dia Depois de Amanhã”.
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Apocalipse
foi escrito pelo discípulo evangelista João, entre os anos 90 e 95 D.C. Na
época, o autor sofreu exílio em Patmos, porque representava uma ameaça política
para o governo romano e rebeldia contra os preceitos do judaísmo. A ilha faz
parte do arquipélago grego e servia como local de trabalhos forçados e
isolamento para onde eram enviadas as pessoas consideradas perigosas para o
convívio social. Por causa das condições insalubres, é possível que João tenha
sofrido delírios febris, visões ou sonhos. De
acordo com os dois primeiros versículos dos capítulos 1 e 4, João foi levado
por um anjo, o qual lhe mostrou tudo o que ia acontecer momentos antes, durante e
depois do retorno de Jesus Cristo.
O livro se encaixa na categoria de profético e é considerado como revelação. “A história de salvação começou no Velho
Testamento. A Bíblia possui livros que apontam para o fim dos tempos, já o
Gênesis trata do início. Acho que a mensagem do Apocalipse é mostrar o caminho
da salvação, é como se fosse a continuação dos Atos dos Apóstolos, que é a
história do início da Igreja”, explica o Reverendo Josafá Batista dos Santos.
Já
o Padre Manoel Marques Gonçalves entende que “a linguagem do gênero
apocalíptico é simbólica e a dificuldade é interpretar. Neste caso, é fácil
interpretar que a besta é o império romano, mas depois todo o resto é difícil
de se interpretar…nós não podemos interpretar e aplicar às vicissitudes e
circunstâncias da história desde o império romano até hoje. Nós sabemos é que a
história caminha e que Cristo virá”.
Como qualquer outro livro bíblico, Apocalipse não pode ser
compreendido com rigidez literal. O leitor interessado deve pesquisar artigos, livros especializados e na Escatologia, a
disciplina da área teológica que estuda os fenômenos relacionados ao fim do mundo.
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