Opinião: Denominolatria
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Faz pouco mais de um mês que
recebi a visita de dois missionários, os quais pediram um instante de meu tempo
para me comunicarem sua mensagem. Começaram perguntando-me se eu sabia a
distinção entre reforma e restauração. A primeira, segundo eles, consiste em
consertar algo, inclusive realizando modificações; a segunda, por sua vez, significa
recuperar a originalidade de algo. Daí, eles se definiram como anunciadores da
restauração do projeto de Deus, que se encontra corrompido em todas as
religiões e, consequentemente, definiram sua igreja como a única verdadeira.
Posicionei-me na contramão da mensagem, argumentando a
partir do diamante como metáfora da verdade, posto que um mesmo diamante possui
várias faces, da mesma forma que a verdade, embora única, possua muitas
perspectivas. Assim como uma face do diamante não exclui a outra, uma
perspectiva da verdade não exclui as demais.
Concluí dizendo que Deus é amplo demais para ser caber
nos paradigmas de uma única denominação, ao que fui retrucado, “não existem
duas verdades ou meias-verdades, ou uma igreja é a verdade ou ela não é a
igreja certa!”, disseram. Quando perguntado se eu aceitaria uma nova visita,
recusei-me, explicando que eles me trazem a resposta para uma pergunta que não
me faço, “qual é a igreja certa?”
Bem, o mal do século é a denominolatria, isto é, a
idolatria por uma denominação religiosa. Cristo nem nome deu a Sua Igreja!
Adriano Portela é professor universitário e padre.