Anglicanos no interior da Bahia agitam novembro
Renovação Batismal, Oração do Ressuscitado e
Encontro LGBTQIA+. Essas foram algumas das atividades programadas pela
Comunidade Ressurreição do Senhor, durante o mês de novembro, em Feira de
Santana (BA).
“É uma alegria que,
nosso irmão André, um preto de fé, tenha visto neste lugar que alimenta a sua
utopia e tenha se proposto a renovar hoje os seus votos batismais. É uma
alegria termos entre nós os irmãos Jeferson e Felipe, com seus dreads e suas
pulseiras artesanais, e que Felipe, inclusive, tenha trazido seu caxixi,
berimbau e atabaque para dar vida à liturgia”, comentou
o Reverendo Adriano Portela dos Santos ao final do sermão dito na celebração
onde o Psicólogo André Costa renovou os votos batismais. Renovar o Batismo é o ato
que sinaliza o início da caminhada com o jeito de ser anglicano. A missa
aconteceu no último dia 17, onde os participantes também foram convidados a
fazer uma reflexão sobre Negritude no Brasil.
Final da liturgia direcionada para o Dia da Consciência Negra Arquivo da rede social da comunidade |
André e Rev. Adriano. Arquivo da rede social da comunidade |
A
novidade do mês é abertura da igreja ao anoitecer, com a Oração do
Ressuscitado. As reuniões acontecem nas
quintas-feiras, a partir das 6h da tarde. De acordo com o Rev. Adriano, a experiência tem sido muito proveitosa.
Outro
destaque de novembro na Ressurreição do Senhor foi a segunda edição do encontro
LGBTIA+, ocorrido no dia 24. A Professora Aletuza Leite promoveu um debate sobre o modo como a
sexualidade é citada na Bíblia, principalmente do Antigo Testamento. O evento
foi aberto com um café da manhã, em seguida, houve a partilha de interpretações
sobre imagens colocadas no chão. Após a palestra interativa, houve Oração
Eucarística e almoço comunitário encerrando as atividades da manhã. “...as
pessoas tem uma dificuldade de se assumir, elas tem essa dificuldade porque a
sociedade é muito cruel, não é só a igreja que é cruel, eu acho que assumir uma
sexualidade não normativa na nossa sociedade é inclusive correr risco”,
comentou a palestrante a respeito de homoafetivos que frequentam espaços
religiosos contrários a diversidade sexual.
Debate e descontração. Por Rev. Adriano |
Na opinião de André, que participou
do encontro, “essas temáticas são importantes em comunidade de fé, no sentido
que a gente entende que historicamente, a sexualidade sempre foi um tabu dentro
das religiões cristãs e não cristãs, e levantar esse tipo de reflexão é
repensar a própria igreja, a fé, o modo de ser igreja e ser cristão, porque não
há como desassociar a sexualidade de um modo de existência”, afirma.
Por Capinan Junior
DRT
3612 BA
Arcediagado
Sul (BA e SE)